As acadêmicas de Jornalismo da UFMS - Juliana Peruchi e Maitê Campos - fizeram uma matéria super bacana sobre o LeishNão e a leishmaniose para o site Primeira Notícia, que atende às disciplinas de Ciberjornalismo I e II do curso de Jornalismo da UFMS.
Além da entrevista com a Profa. Juliana, a acadêmica Paula Adas também foi entrevistada e a reportagem pode ser conferida na íntegra abaixo ou diretamente na página da matéria no link abaixo.
O Projeto LeishNão agradece imensamente às estudantes que se interessaram pelo nosso projeto e a toda a equipe do curso de Jornalismo!
Projeto de extensão da UFMS orienta alunos sobre a leishmaniose
O projeto de extensão “LeishNão: educação sanitária como ferramenta de controle e prevenção da leishmaniose em Campo Grande” realiza atividades em escolas e nos centros comunitários dos bairros por meio de palestras, teatros, distribuição de cartilhas e folders, realização de oficinas e demais atividades de educação sanitária. A prática é inédita na capital e a expectativa é que, a médio e longo prazo, a população esteja esclarecida e conscientizada sobre a doença e os métodos de prevenção.
Os projetos de extensão têm cunho educativo, social, cultural cientifico ou tecnológico. Segundo informações da página do projeto na internet, a educação sanitária é fundamental para estimular a população a participar ativamente do controle da doença.
A iniciativa começou com o projeto de pesquisa que trabalha na área de geoprocessamento em leishmaniose visceral. Foram produzidos mapas com as concentrações de casos em cada bairro de Campo Grande, depois de serem analisadas as ocorrência da doença em humanos. De 1975 a 2012 houve um aumento de 188 casos na capital. O maior índice foi encontrado no complexo Aero Rancho, região sul da cidade.
Após a pesquisa foi criado o LeishNão!, com intuito de ensinar as pessoas a prevenir e combater a leishmaniose. A ação é coordenada pela professora de Medicina Veterinária, Juliana Galhardo, e existe desde 2013 na UFMS. Atualmente, conta com 29 colaboradores entre professores e acadêmicos dos cursos de Medicina Veterinária, Enfermagem, do Centro de Ciências Exatas e da Terra (CCET) e do curso de Pós Graduação em Ciência Ambiental e atua em quatro escolas da cidade. Uma das alunas do projeto, Paula Adas conta como é a atuação dentro das escolas.
Juliana Galhardo destaca que o combate da leishmaniose é um desafio. “Eu trabalho na área de saúde pública e vejo que todo mundo que tem problema com leishmaniose, a preocupação das pessoas não é prevenir ou combater. Eu vejo muito, trata ou não trata? Mata o cachorro ou não? E a gente não quer trabalhar nessa linha. O nosso ponto é: por que a doença está acontecendo? Uma vez que ela está urbanizada o nosso trabalho é fazer o controle e erradicar. Eu acho muito virtual a ideia, mas o controle é possível”.
Segundo a professora, o mosquito é o agente transmissor da doença e o cão o principal hospedeiro, por ser o animal mais próximo dos seres humanos. A doença deve ser estudada em toda sua complexidade desde a aquisição do animal até os cuidados básicos, como alimentação, vacinação, higiene, entre outros. A coordenadora do projeto lembra que, “é importante o proprietário saber quanto custa um cão, é uma grande responsabilidade.”
Para evitar a doença, Juliana Galhardo dá algumas dicas, que podem fazer a diferença, como manter o animal encoleirado, pois existe no mercado uma coleira com função de prevenir a doença. O repelente convencional, embora não tenha sua eficácia comprovada, também pode ser utilizado. A vacina para o cão, que apesar de não ser completamente eficiente, quando associada com outros métodos gera efeito positivo. Manter o quintal limpo, sem acúmulos de matéria orgânica como fezes de animais, restos de folha e frutas.
A coordenadora do projeto alerta ainda sobre a criação de galinhas em casa, que pode contribuir para a proliferação da doença. “A galinha em si não pega a doença, só os mamíferos, mas serve como alimento para o mosquito. Assim ela vira um mantedor do vetor. Fora que ela produz muita matéria orgânica. Isso é perigosíssimo”, explica.
Febre, mal estar e dor nas costas são alguns sintomas e podem ser confundidos com os de outras doenças, como a dengue. No Aero Rancho, por causa dos altos índices da doença, as pessoas são orientadas a citar, na hora da consulta, a possibilidade da leishmaniose. O tratamento é gratuito pelo SUS e dura em torno de quatro meses. Quanto mais cedo for o diagnóstico, mais rápido a cura.
As escolas e comunidades interessadas em receber as atividades do Projeto LeishNão!, podem acessar o blog da iniciativa ou pelo telefone da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia 3345-3600.
Repórteres: Juliana Peruchi e Maitê Campos
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