O Projeto LeishNão

Este é um projeto de extensão desenvolvido por professores e acadêmicos dos cursos de Veterinária, Enfermagem, Ciências Biológicas, Medicina e outros cursos de saúde da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Nosso foco é a educação em saúde para a prevenção e controle da leishmaniose visceral humana e canina mato Grosso do Sul.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

LeishNão premiado no 7º Enex

É com muita alegria e satisfação que informamos que o Projeto LeishNão foi um dos 16 Projetos premiados no 7º Encontro de Extensão da UFMS! Foram apresentadas 149 ações de Extensão desenvolvidas em todos os Campi da UFMS e em apenas três meses de ações a campo fomos premiados com o segundo lugar em Relevância, Fundamentação Teórica e Metodologia.
Agradecemos a todos os participantes, apoiadores, torcedores, agregados e às Escolas, que são fundamentais para o andamento deste projeto. E que venha 2014!

Apresentação dos resultados do Projeto pela acadêmica Renata Valençoela,
do Programa de Residência em Medicina Veterinária


http://www.preae.ufms.br/?section=news&itemId=1327
Print do resultado das premiações.Clique na imagem para a relação
completa e maiores informações sobre o evento
O Certificado do Prêmio Jovem Extensionista.
Parabéns e obrigada -  Renata e Equipe!

Renata e Nathália Guedes, com o prêmio. Parabéns, Pessoal!


Relação de projetos premiados: http://preae.ledes.net/manager/titan.php?target=openFile&fileId=1139

Maiores informações sobre o evento: http://www.preae.ufms.br/?section=news&itemId=1327


Na íntegra, o texto apresentado pela Renata Valençoela, que brilhantemente apresentou os resultados do Projeto: (disponível também em .pdf clicando aqui)

Será apresentado o Projeto LeishNão, que propõe educação sanitária como ferramenta de controle e prevenção da Leishmaniose no município de Campo grande - MS. A equipe de trabalho é composta por membros de diversas áreas de formação e atuação, como professores da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - FAMEZ, professores da área de ciências exatas, professores das escolas infantis, acadêmicos de graduação, pós - graduação e também alunos das escolas, pais, caracterizando a multidisciplinaridade da proposta. Mais do que um projeto de extensão, esse é um projeto de Educação em saúde.
Das doenças negligenciadas junto à Organização Mundial de Saúde – OMS, as leishmanioses estão entre as seis endemias prioritárias no mundo. É uma zoonose causada por protozoários do gênero Leishmania, sendo veiculada através de vetores flebotomíneos.
Na região Centro-Oeste, o Estado de Mato Grosso do Sul apresenta o maior número de casos notificados, seguido de Goiás e Mato Grosso, que apresentam, ao longo dos anos, uma tendência crescente de casos.
Em Campo Grande, o primeiro isolamento de Leishmania infantum em cães ocorreu em 1998 e os primeiros casos humanos foram notificados em 2002.

Este projeto está vinculado ao Projeto de Pesquisa Geoepidemiologia da leishmaniose visceral em Campo Grande-MS, cujo objetivo é elaborar um sistema de informação geográfica (SIG), integrando dados da leishmaniose visceral humana e canina em Campo Grande-MS, para o planejamento estratégico de ações de controle da doença em áreas vulneráveis do município.
Com base nos SIG, os dados de incidência de LV estão em fase de análise. O que pode ser observado até o momento é que, dentre os bairros da cidade, o Aero Rancho pode ser considerado uma das áreas de maior vulnerabilidade com incidência média de 30,7 casos entre 2007 e 2011, caracterizando-se como excelente área de estudo e aplicação de educação sanitária para a redução da morbidade e melhora da condição de saúde da população.

Dessa forma, o Projeto Leishnão tem como proposta aplicar um plano estratégico de educação em saúde para o controle da leishmaniose visceral em uma área vulnerável de Campo Grande-MS.
Isso é possível pela integração de três grandes áreas das ciências, nós da Medicina Veterinária, aplicando os conhecimentos de saúde pública, usando como caminho as ciências sociais e artes cênicas, para obter números e, dessa forma, utilizá-los como ferramenta de tomada de decisões.

A primeira etapa do projeto envolve os Centros de Educação Infantis - CEINFs do bairro Aero Rancho e, como todo começo, houve muitas dificuldades principalmente de acesso às escolas, então esse acesso foi por meio da Secretaria Municipal de Educação - SEMED. Como a adesão das escolas é voluntária, depende muito do interesse do diretor, então a principio apenas três escolas aceitaram o projeto.
E por coincidência essas escolas já estavam integradas no programa PSE - Programa Saúde na Escola, cujo intuito é levar os profissionais da saúde nas escolas promovendo assistência em saúde. Então, essa associação Projeto Leishnão + PSE + Auxílio pedagógico das professoras amplia o âmbito de informações não só no sentido lúdico, mas na informação técnica promovida pelos profissionais de saúde.

Nessas escolas, o abre portas foi o teatro; como são crianças de até 5 anos, esse método de abordagem teve bastante aceitação por parte dos professores e pelas crianças, que rapidamente captaram o que deveria ser feito para evitar a leishmaniose, e, quando era feita essa pergunta, algumas crianças gritavam “limpar”!

Depois da apresentação, é feita uma reunião na qual os professores são orientados sobre a doença e recebem um folder, bem curto, de linguagem acessível para que possam trabalhar da melhor forma possível com as crianças em sala de aula e com os pais desses alunos. O folder tem um desenho no final, que facilita a abordagem tanto com as crianças quanto com os pais, sempre mostrando que se a gente conseguir acabar com o mosquito, que gosta de ficar em ambiente sujo, a criança, o cachorro e os animais silvestres não ficarão doentes, e assim é interrompido o ciclo da doença.

Como outra forma de divulgação e acesso às informações, criou-se uma página no Facebook e o Blog Leishnão, que acaba atingindo outro tipo de público. E a ideia é essa, levar informação a maior quantidade de pessoas possível.

O projeto estava previsto para começar em maio de 2013, porém devido a todas as dificuldades, a primeira apresentação ocorreu apenas em setembro, dessa forma o número de participantes que o projeto alcançou até o momento foi de 250 crianças e, consequentemente, suas famílias e 30 educadores. O teatro também foi apresentado na VI Mostra Científica que ocorreu na FAMEZ, na qual o público foi de 100 pessoas. Com a parceria do Programa de Educação Tutorial – Zootecnia (PETZOO), espera-se alcançar público de 600 pessoas até o fim do ano.

O calendário de atividades encontra-se à disposição no Blog Leishnão.
A imprensa se interessou em cobrir a ação de extensão que será realizada no CEINF Dom Antônio Barbosa, no próximo dia 29/11 à tarde. Isso nos deixou muito felizes, pois chamando atenção da mídia conseguiremos ampliar mais e mais o número de escolas interessadas.

Para 2014, além das escolas infantis, o público-alvo será composto por adolescentes e adultos, e os centros comunitários serão envolvidos, então a abordagem terá que ser um pouco diferente, com palestras, dinâmicas de grupo e distribuição de cartilhas (em fase de impressão), que apresentam conteúdo de linguagem também acessível, que aborda os principais tópicos: se é conhecida a doença, características do mosquito, breve histórico da doença, os sintomas, a prevenção, o tratamento e sobre a posse responsável dos animais.

Em relação aos gastos do projeto: a cartilha foi financiada pela FUNDECT, pois já estava prevista no Projeto de Pesquisa. A confecção do folder e o transporte até as escolas foram custeados pela própria FAMEZ. O custo do material do teatro (R$ 150,00) foi dividido pela equipe e as camisetas adquiridas por livre adesão.

Como considerações finais, o projeto é bastante promissor e integra conhecimentos, não só da área de medicina veterinária, mas de saúde pública. Propõe ação transformadora e espera causar impacto positivo na educação em saúde. Isso demonstra a importância do processo de conhecimento e que a conscientização não deve se restringir ao mundo acadêmico ou aos adultos, mas envolver também crianças, alunos e professores, pois esses são os grandes disseminadores de informação e dessa forma acabam exercendo melhor sua cidadania.

Obrigada!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Veja também: